Pix poderá ter integração com cartões de crédito



Cartão de crédito no Pix pode acelerar a digitalização dos pagamentos no Brasil.

No dia 16 de Novembro de 2020 o Banco Central lança o Pix, um sistema que vai permitir a transferência instantânea de dinheiro entre diferentes instituições, 24 horas, mesmo nos finais de semana e feriados. Inicialmente, o novo sistema do BC funcionará como alternativa ao cartão de débito, ou seja, terá débito dos valores em conta, mas a tendência é que os pagamentos com cartões de crédito sejam integrados ao Pix pelas instituições financeiras.

câmera do celular no QR Code

QR Code do novo sistema brasileiro de transferências deve acelerar a digitalização dos cartões de crédito e, por consequência, acelerar o fim dos cartões de plástico.

Em vez de usar o saldo da conta, consumidores poderão no futuro usar o limite do cartão de crédito, cheque especial ou empréstimo pessoal para realizar pagamentos e transferências pelo Pix.

Nas compras de maior valor, o cartão de crédito é o principal meio de pagamento dos brasileiros. O principal motivo é a possibilidade de realizar o parcelamento que, em alguns casos, pode chegar a até 12 vezes sem juros.

A tendência é que o cartão físico seja cada vez menos utilizado. O titular poderá usar o limite de crédito por aplicativos no celular, podendo fazer pagamentos por QR Code em qualquer estabelecimento que aceite o Pix.

O cartão virtual já existe, mas a sua utilização só é possível em compras pela internet. Como o Pix já permite pagamentos pelo celular em estabelecimentos físicos, nada impede que as empresas integrem esse cartão virtual aos pagamentos móveis, podendo dispensar a utilização do cartão físico.

A aceitação de cartões virtuais em compras presenciais já é uma realidade! Recentemente, o cartão virtual da Caixa Econômica Federal (CEF) começou a ser aceito como forma de pagamento em algumas maquininhas de cartões de crédito e débito.

Algumas credenciadoras – Rede, Getnet e Cielo – já demonstraram publicamente o interesse de integrar o Pix em suas maquininhas. Vale lembrar que muitas das empresas de maquininhas de cartões já possuem um sistema de pagamento compatível com QR Code que, com a chegada do Pix, deve ganha compatibilidade com aplicativos de todos os bancos e instituições financeiras que fazem uso do novo sistema anunciado pelo Banco Central.

Enquanto hoje o QR Code da Cielo, Rede, PagBank, SafraPay, Mercado Pago, Stone, etc, só aceitam pagamentos de suas próprias “wallets” ou de parceiros, com a chegada do Pix deve ser possível pagar por QR Code com qualquer aplicativo que faça uso do código bidimensional padronizado pelo Banco Central.

Além de meio instantâneo de pagamento, o BC também definiu um padrão brasileiro de pagamentos por QR Code dentro da rede do Pix, chamado de BR Code, o sistema vai permitir pagamentos usando a câmera do celular entre diferentes instituições, sem que as empresas precisem fechar parcerias, ou seja, amplia significativamente a compatibilidade dos pagamentos com código QR no Brasil.

Hoje o principal entrave dos pagamentos por QR Code no Brasil é justamente a falta de compatibilidade entre as wallets; maquinha X só aceita QR Code do aplicativo X; maquininha Y só aceita QR Code das empresas A e B.

SANTANDER JÁ ANUNCIOU CRÉDITO PELO PIX

O Santander Brasil foi o primeiro banco a anunciar a oferta de crédito pelo Pix do Banco Central, a instituição financeira vai permitir que os correntistas com limite de cheque especial usem a linha de crédito com até 10 dias por mês sem juros.

Ou seja, o Santander vai permitir que os correntistas transfiram o limite do cheque especial pelo Pix com carência de 10 dias por mês sem a incidência de juros.

O exemplo do Santander mostra que as instituições financeiras estão dispostas a adicionar produtos de crédito no novo sistema instantâneo do Banco Central. Além do cheque especial, a tendência é que as instituições financeiras passem a permitir pagamentos com cartões de crédito dentro do sistema Pix.

PARCELAMENTO DE COMPRAS PELO PIX

Inicialmente, apenas pagamentos à vista poderão ser realizados pelo sistema instantâneo, mas o BC já revelou que pretende futuramente permitir que os consumidores realizem o parcelamento das compras. As próprias instituições financeiras podem disponibilizar o financiamento de compras pelo Pix via APP, em um modelo em que o consumidor simula e confirma o financiamento na hora de pagar, sem que precise pedir o parcelamento ao estabelecimento.

Nos Estados Unidos não é comum que o parcelamento da compra seja feito no momento da compra, mas o titular tem a opção de financiar a fatura junto ao banco ou administradora do cartão de crédito, algo que é semelhante ao parcelamento de fatura brasileiro, mas – claro – com taxa de juros muito menor.

Então a tendência natural é que o crédito (cartões, empréstimos, cheque especial e outros produtos de crédito) sejam integrados ao Pix do Banco Central. Tal ação pode ampliar ainda mais a utilização de crédito no Brasil, pois facilita a utilização da linha de crédito nos pagamentos do dia a dia.

Se o Pix ganhar popularidade, a tendência é que os tradicionais cartões de crédito de plástico caiam em desuso. Além de facilitar o dia a dia dos consumidores, que não precisam esperar pela entrega do cartão físico, o sistema também é mais sustentável pois elimina a necessidade de confecção, transporte e entrega do cartão de plástico.