Parcelamento de fatura pode não ser a melhor alternativa ao rotativo



Parcelamento de fatura pode fazer o consumidor pagar ainda mais juros no longo prazo. Já há administradoras falando em parcelamento automático em caso de inadimplência.

No dia 03 de Abril de 2017 entra em vigor uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) que – com a intenção de reduzir os juros – impede que o consumidor use o rotativo do cartão de crédito por mais de otalrinta dias. A resolução diz que após 30 dias no rotativo o cliente deverá quitar a dívida ou então utilizar uma opção de financiamento mais barata, tal como o parcelamento de fatura, por exemplo. O problema é que o financiamento da fatura pode, no longo prazo, aumentar consideravelmente o valor da dívida.

A grande preocupação é de que o financiamento seja utilizado pelas administradoras para estimular os clientes a não efetuar o pagamento integral. Com o valor parcelado em 12x ou 48x, o consumidor só tem a dimensão do quanto aquela dívida está custando se fizer as contas. Como no Brasil a maioria das pessoas, infelizmente, considera apenas o valor total da parcela e não da compra, muita gente vai pagar juros achando que está saindo no lucro por pagar menos.

O Banco Bradesco foi o mais radical, em vez de limitar o uso do crédito rotativo a instituição decidiu banir essa forma de pagamento a partir do dia 03 de Abril. O cliente que não quitar o saldo da fatura até a data de vencimento terá o débito, automaticamente, parcelado em 12x, mas com juros, supostamente, mais baratos que o rotativo.

Com a limitação do rotativo o medo é que os juros rotativo do cartão de crédito só mude de nome, pois nada garante que as taxas de parcelamento do cartão permaneceram neste patamar por muito tempo. De todos os bancos consultados a maioria citou uma taxa de financiamento entre 1,30% e 9,90%, valor ainda abusivo.

É importante tomar cuidado principalmente com o financiamento automático da fatura em caso de inadimplência, pois a administradora pode selecionar o plano de parcelamento mais longo e com a maior taxa de juros.

O consumidor que quiser financiar a fatura deve entrar em contato com a administradora e negociar a taxa, jamais aceitar o parcelamento automático, pois, certamente, essa não será a opção mais vantajosa.

Enquanto no crédito rotativo o consumidor tem um forte apelo para quitar a dívida: os juros abusivos que deixam a dívida mais cara. No parcelamento de fatura o custo é embutido no valor de uma “parcelinha” maquiada.