Bolsonaro reduziu o número de cartões de crédito nas mãos dos servidores públicos.
O Governo Federal reduziu consideravelmente o número de cartões corporativos – aqueles que são utilizados pela União para pagar despesas de servidores públicos, direta ou indiretamente. O número de cartões ativos caiu de 6,1 mil para 1.666.
A redução no número de cartões, todavia, não significa que os gastos do governo seguiram a mesma trajetória. Em 2019, o governo de Bolsonaro gastou praticamente o mesmo que a ex-presidente Dilma: aproximadamente R$ 52 milhões.
Claro que o gasto da gestão de Bolsonaro está muito abaixo do recorde histórico do ex-presidente Lula no ano em que Dilma foi eleita pela primeira vez, mas, ainda assim, o valor está elevado e, portanto, requer atenção.
O recorde de gastos em cartões corporativos foi registrado em 2010 na então gestão do governo Lula, naquele ano foram gastos R$80 milhões.
De acordo com especialistas ouvidos pela reportagem, com a redução considerável no número de cartões corporativo nas mãos dos políticos, a tendência é que no acumulado de 2020 haja uma redução considerável nos gastos, até porque o número de cartões caiu quase 6 vezes nos últimos meses.
Para muitos políticos o cartão corporativo acaba servindo como um segundo salário, visto que nem todas as despesas nos cartões corporativos são públicas.
A maioria dos 1.666 cartões corporativos possuem limites de teto de gastos, mas há uma parcela dos cartões que possuem limite ilimitado, o que permite que o servidor público gaste de acordo com a necessidade.
A isenção de teto de gastos, todavia, não exime o servidor de prestar contas em caso de auditoria.
O uso indiscriminado do cartão corporativo precisa ser combatido para que haja mais transparência com o dinheiro público, não basta informar os valores que foram gastos, é preciso tornar público a descriminação completa das compras para evitar abusos.
O cartão corporativo não pode, e não deve, funcionar como uma extensão do salário, até porque esse tipo de produto tão flexível não existe no setor privado.
Nos cartões empresariais, por exemplo, há regras claras que exigem que o empresário separe os gastos pessoais dos profissionais para não ter problemas com a Receita Federal, o mesmo deveria ser aplicado aos gastos do governo.