Cielo anuncia Cielo Pay, aplicativo de conta de pagamentos que dispensa a maquininha.
No dia 14 de Outubro de 2019 a Cielo lançará o aplicativo Cielo Pay, ele será uma solução de pagamento alternativa à maquininha, permitirá pagamentos por QR Code, transferências, boletos e até links de cobranças sem precisar dos dados bancários do pagador.
O Cielo Pay é, segundo a Cielo, um mix de conta digital com aplicativo de pagamento, sendo uma solução completa para Pessoa Jurídica, incluindo quem é MEI.
Embora o foco do aplicativo sejam as Pessoas Jurídicas, o aplicativo também estará disponível para Pessoas Físicas e Profissionais Liberais a partir do segundo semestre de 2019.
Em Maio de 2019 a Cielo já havia lançado o Cielo ID, aplicativo que dispensa o cartão físico nos pagamentos, basicamente, o usuário baixa o APP, faz um cadastro e cadastra qualquer cartão de crédito aceito pela credenciadora como forma de pagamento. O Cielo ID poderá inclusive ser utilizado para fazer pagamentos no Cielo Pay. Quanto o ID tem foco em Pessoas Físicas; o Pay é voltado para Pessoas Jurídicas e Profissionais Liberais que procuram meios acessíveis para receber pagamentos sem precisar adquirir maquininha de cartão.
COMO FUNCIONARÁ O CIELO PAY
O Cielo Pay é a junção de uma conta digital com um aplicativo de pagamentos da Cielo. Pelo APP o correntista PF ou PJ obterá dados bancários para envio e recebimento de transferências bancárias, além disso, poderá fazer vendas via QR Code, boletos e links de cobrança.
É esperado que o cliente Cielo Pay não precise de um banco, pois a conta de pagamentos permitirá pagamento de contas, boletos, tributos, recargas de celular e até compra de cartões pré-pagos para aplicativos como o Uber, por exemplo.
Além da conta, o Cielo Pay terá cartão pré-pago com a bandeira ELO, ele permitirá que o empreendedor realize compras em estabelecimentos e/ou saques no Banco24Horas.
A relação inicial de tarifas já foi divulgada, a conta será gratuito, mas o correntista precisará pagar uma taxa para receber vendas por QR Code, realizar saques no Banco24Horas e para transferir dinheiro para outros bancos via TED.
Recursos do Cielo Pay:
- Conta digital – O correntista (PF ou PJ) obterá dados bancários para enviar e receber transferências bancárias;
- Cartão Pré-Pago para compras e saques;
- Pagamentos por QR Code (envie e receba);
- Ferramenta de cobrança para contatos sem precisar dos dados bancários;
- Depósitos por boletos;
- Recarga de celular, compras de Gift Cards;
- Pagamento de contas e tributos;
- Investimentos
A solução também também funcionar como uma espécie de “poupança”, visto que todo valor depositado na conta Cielo Pay terá remuneração de 100% do CDI com liquidez diária, podendo a conta figurar também como uma espécie de investimento para quem deixar o dinheiro das vendas parado na conta da Cielo.
Em compensação, por não ser um banco, a conta da Cielo não deve contar com a proteção do FGC.
Há ainda a previsão de oferta de limites de créditos e seguros pelo aplicativo da conta digital em um chamado “hub de serviços financeiros”.
TARIFAS
As transferências entre contas Cielo Pay serão gratuitas, mas caso o correntista precise enviar dinheiro para outros bancos por meio de TED, será cobrado uma tarifa de R$5 para cada transferência.
Já os saques, no Banco24Horas, custam R$7,90 cada.
A Cielo ainda não divulgou qual será a taxa cobrada pelos pagamentos via QR Code, mas uma fonte informou ao Cartão a Crédito que o valor cobrado será o mesmo praticado pela Cielo QR Code, ou seja, a taxa será a mesma que uma venda no crédito à vista.
SERÁ ESSE O FIM DA MAQUININHA?
A aposta das credenciadoras é pelo fim das maquininhas de cartões e pela popularização de pagamentos móveis e/ou via QR Code. Prova disso é que a maioria das empresas do setor de adquirência já possuem ou estudam soluções alternativas às máquinas de cartões.
A vantagem do aplicativo é que os custos são menores para a credenciadora, dessa forma, a taxa ao varejista tende a ser bem menor. Como o APP da Cielo permite adicionar dinheiro via boletos e transferências, a credenciadora deverá ganhar uma certa independência dos cartões e das bandeiras.
Nas vendas com cartões a credenciadora é obrigada a fazer o rateio da taxa com a bandeira e a administradora do cartão, a famosa intercharge. Ao cortar intermediário a Cielo conseguirá reduzir a taxa sem abrir mão do lucro.
Embora o foco do APP não seja se livrar totalmente dos cartões de crédito e das bandeiras, a verdade é que o consumidor terá a opção de pagar compras com o saldo da carteira virtual, eliminando aí dois intermediários: administradora e bandeira.
A Cielo não é a primeira credenciadora a apostar em alternativas às maquininhas. O Banco Itaú lançou, recentemente, o iti, aplicativo que também faz um mix de conta digital com aplicativo de pagamentos. O Banco Safra fez o mesmo ao lançar a SafraWallet.
O Mercado Pago e o PagSeguro foram os últimos a entrar na disputa pelos aplicativos de pagamentos por QR Code.
Um dos principais motivos para acreditarmos na popularização dos pagamentos por QR Code está na compatibilidade com, praticamente, qualquer smartphone. Enquanto o Apple Pay, Samsung Pay e Google Pay exigem um celular de última geração com tecnologia NFC ou similar; para usar a solução de pagamentos por QR Code o usuário só precisa de um smartphone Android ou iPhone que tenha uma câmera simples.
Na hora do pagamento, o comprador usa a câmera do celular para “ler” o QR Code do estabelecimento, eliminando a necessidade de cartão. Pelo APP o pagador conclui o pagamento, posteriormente, o estabelecimento recebe a confirmação da compra.
Para o empreendedor a tecnologia eliminará também a necessidade de gastar dinheiro com maquininha, pois qualquer pessoa ou empresa poderá utilizar o smartphone para receber vendas por QR Code usando a solução de pagamentos da Cielo.
Engana-se quem pensa que o Cielo Pay só aceita pagamentos via APP da empresa, a credenciadora aceitará pagamentos por QR Code de diversos bancos e fintechs, tais como: Bradesco, Banco do Brasil, Agibank, Banco Original, PicPay, banQi, Livelo, Alelo, dentre outros.
Cielo Pay promete revolucionar o mercado para Pessoa Jurídica ao adentrar o espaço dos bancos, visto que a conta será uma solução bancária (e de pagamentos) completa.
Embora a Cielo ofereça máquinas de cartões sem aluguel a partir de R$58,80 à vista, há uma clara tentativa da credenciadora de diversificar as suas soluções de pagamentos para conquistar espaço no mercado em meio a guerra das maquininhas.
As ações da empresa na B3 subiram logo após o anúncio da Cielo Pay.
A briga entre as credenciadoras de pagamentos nunca esteve tão acirrada no Brasil. Esse mês uma fintech brasileira lançou uma maquininha de cartões, a InfinitePay, prometendo taxas até 80% mais baratas nas vendas com cartões; a fintech usou inclusive as taxas da concorrência para “comprovar” o feito.
Felizamente, quem ganha com essa briga são os empreendedores, visto que as taxas para receber pagamentos via cartõe de crédito e débito não param de cair em meio ao “boom” do mercado.